Comparemos o número das
infeções na China por 1 milhão de habitantes, com outros países: China, 157. Logo
a seguir o Irão, com 84.025. O Canadá, 102.263. A Rússia, 126.106. A Turquia,
175.139…dois lugares acima surgem os EUA, com 265.180. A Espanha, 271.033. A
Itália, 302.463. A Irlanda, 314.521, a Alemanha 329.376… em Portugal 505.133.
Comparemos os 5.200
mortos na China. com os Estados Unidos da América 1.040.805, Índia 524.999,
Brasil 670.459, França 149.317, Alemanha 140.734, Reino Unido 179.927, Rússia
380.892, Itália 168.102...
E se observarmos o rácio de
falecidos por 1 milhão de habitantes, então a diferença é abissal: A China, 4
mortos por 1 milhão, logo a seguir a Noruega, com 596, a Alemanha é o décimo
país, com 1.669 por 1 milhão, a França pior, com 2.278, Portugal, 2.369, o Reino Unido, 2623, os EUA, 3.108…
A partir de fevereiro de
2022, com a chegada de novas variantes do vírus, importadas do exterior, depois
do alívio geral das medidas iniciais de confinamento, a China teve de enfrentar
vários surtos localizados, conseguindo controlá-los e diminuindo
progressivamente o seu impacto e morbilidade. A OMS validou sempre estes dados,
mas a sua direção nunca deixou de estar sob pressão dos governos ocidentais que
têm a consciência pesada. São valores que nunca podem perder de vista a
dimensão populacional da China.
Com uma população de 1.400
milhões de habitantes, a China administrou quase 3,4 biliões de doses de
vacinas, com uma taxa de vacinação superior a 90% e forneceu mais de 2 biliões por
todo o mundo. A China desenvolveu 13 vacinas contra a COVID-19.,
usando cinco tecnologias diferentes: vacina inativada, de vetores virais, de proteína recombinante, de influenza viva e
atenuada, e de ácido nucleico. Criou uma vacina inalável e outra em spray nasal.
Melhorar
a vacinação e proteção dos idosos
Em 13 de dezembro, 228,6
milhões de pessoas com mais de 60 anos na China estavam totalmente vacinadas
(86,6%), com duas doses e reforço, assim como 23,76 milhões com mais de 80 anos
(66,4%). Cerca de 25 milhões de pessoas com mais de 60 anos ainda não receberam
as vacinas, são cidadãos muito idosos que têm reservas e preconceitos sobre a
vacinação. A Comissão Nacional de Saúde determinou que os casos graves dos
idosos sejam levados diretamente aos hospitais de 3º nível, os mais avançados. Mas
a proteção dos idosos, conforme concluíram diversos trabalhos científicos,
publicados na revista Lancet, assenta sobretudo nos valores morais da solidariedade entre gerações que
prevalecem na sociedade e na governação da China e estão a desaparecer nas
democracias liberais: A China tem mais de 260 milhões de idosos, mas a família,
os vizinhos, e o estado socialista toma-os ao seu cuidado e só os
institucionaliza quando as suas condições de saúde se tornam demasiado precárias.
As equipas de saúde visitam os idosos e multiplicaram-se as unidades de saúde
de proximidade. Na Europa, os Lares foram um dos focos mais mortais de
propagação da pandemia e o número de idosos institucionalizados precocemente e solitários, sobe em flexa a vários dígitos.
A China planeou a
transição para um regime mais aberto durante os últimos anos, em parceria com a
OMS e em conformidade com os avanços científicos no combate à doença, ouvindo
as pessoas, ajustando medidas, corrigindo práticas rígidas e desadequadas, onde
as autoridades e as comunidades as detetavam.
Porque decidiu a China
criar um novo programa de prevenção e controle do COVID19? A doença pode agora
ser tratada como uma infeção de Classe B, em vez de uma infeção de Classe A.
A vacinação generalizada e reforçada com novas doses e o surgimento de
medicamentos de eficácia comprovada, alteraram a capacidade da população para
se proteger autonomamente e superar a doença, e a sua perigosidade e
morbilidade.
Acresce que o próprio Centro
Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), a agência de saúde pública
da União Europeia para as doenças infeciosas afirma agora que “As variantes que
circulam na China já estão a circular na UE e, como tal, não são um desafio
para a resposta imune dos cidadãos da UE/EEE. Além disso, os cidadãos da UE/EEE
têm níveis relativamente altos de imunização e vacinação.”.
Usemos a razão, para questionar
as notícias falsas. E a memória histórica, para reconhecer o contributo da
China para descodificar o genoma do novo vírus e partilhar com a OMS, e o
mundo, as vacinas e todo o saber científico e técnico que a sua nação
investigou e produziu.
Quais são os objetivos da
sua política atual? Proteger a vida e a saúde dos povos, controlar a propagação
do vírus, identificado como algumas das variantes da ÓMICRON, importadas pela
China de outros países. Reduzir a pandemia, com os novos métodos, à perigosidade
de uma infeção respiratória, conquistar a imunidade natural de grupo sem a dor
e o luto de milhões de seres humanos.
Lisboa, 06.01.2023
António dos Santos
Queirós, professor e Investigador da Universidade de Lisboa
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