O COVID19 na China: Não tenham medo!


Fonte: CMG Published: 2023-01-10 15:03:43
Quais foram os objetivos da política da China de COVID 0: Proteger a vida e a saúde do povo. Controlar a pandemia, à escala mundial. Quais foram os resultados, desde o início da pandemia, em janeiro de 2020 até fevereiro de 2022, segundo as estatísticas mundiais do COVID19, elaboradas pela Organização Mundial de Saúde e aqui republicadas, comparadas com outros países? Os números demonstram que a política de COVID 0 da China salvou a vida de muitos milhares de chineses, sobretudo a vida dos mais idosos e vulneráveis, o valor da vida de todos cidadãos colocada acima dos valores da economia, pública e privada. E reduziu o impacto internacional da pandemia.

Comparemos o número das infeções na China por 1 milhão de habitantes, com outros países: China, 157. Logo a seguir o Irão, com 84.025. O Canadá, 102.263. A Rússia, 126.106. A Turquia, 175.139…dois lugares acima surgem os EUA, com 265.180. A Espanha, 271.033. A Itália, 302.463. A Irlanda, 314.521, a Alemanha 329.376… em Portugal 505.133.

Comparemos os 5.200 mortos na China. com os Estados Unidos da América 1.040.805, Índia 524.999, Brasil 670.459, França 149.317, Alemanha 140.734, Reino Unido 179.927, Rússia 380.892, Itália 168.102...

E se observarmos o rácio de falecidos por 1 milhão de habitantes, então a diferença é abissal: A China, 4 mortos por 1 milhão, logo a seguir a Noruega, com 596, a Alemanha é o décimo país, com 1.669 por 1 milhão, a França pior, com 2.278,  Portugal, 2.369, o Reino Unido, 2623, os EUA, 3.108…

A partir de fevereiro de 2022, com a chegada de novas variantes do vírus, importadas do exterior, depois do alívio geral das medidas iniciais de confinamento, a China teve de enfrentar vários surtos localizados, conseguindo controlá-los e diminuindo progressivamente o seu impacto e morbilidade. A OMS validou sempre estes dados, mas a sua direção nunca deixou de estar sob pressão dos governos ocidentais que têm a consciência pesada. São valores que nunca podem perder de vista a dimensão populacional da China.

Com uma população de 1.400 milhões de habitantes, a China administrou quase 3,4 biliões de doses de vacinas, com uma taxa de vacinação superior a 90% e forneceu mais de 2 biliões por todo o mundo. A China desenvolveu 13 vacinas contra a COVID-19., usando cinco tecnologias diferentes: vacina inativada, de vetores virais, de proteína recombinante, de influenza viva e atenuada, e de ácido nucleico. Criou uma vacina  inalável e outra em spray nasal.

Melhorar a vacinação e proteção dos idosos

Em 13 de dezembro, 228,6 milhões de pessoas com mais de 60 anos na China estavam totalmente vacinadas (86,6%), com duas doses e reforço, assim como 23,76 milhões com mais de 80 anos (66,4%). Cerca de 25 milhões de pessoas com mais de 60 anos ainda não receberam as vacinas, são cidadãos muito idosos que têm reservas e preconceitos sobre a vacinação. A Comissão Nacional de Saúde determinou que os casos graves dos idosos sejam levados diretamente aos hospitais de 3º nível, os mais avançados. Mas a proteção dos idosos, conforme concluíram diversos trabalhos científicos, publicados na revista Lancet, assenta sobretudo nos valores morais da solidariedade entre gerações que prevalecem na sociedade e na governação da China e estão a desaparecer nas democracias liberais: A China tem mais de 260 milhões de idosos, mas a família, os vizinhos, e o estado socialista toma-os ao seu cuidado e só os institucionaliza quando as suas condições de saúde se tornam demasiado precárias. As equipas de saúde visitam os idosos e multiplicaram-se as unidades de saúde de proximidade. Na Europa, os Lares foram um dos focos mais mortais de propagação da pandemia e o número de idosos institucionalizados precocemente e solitários, sobe em flexa a vários dígitos. 

A China planeou a transição para um regime mais aberto durante os últimos anos, em parceria com a OMS e em conformidade com os avanços científicos no combate à doença, ouvindo as pessoas, ajustando medidas, corrigindo práticas rígidas e desadequadas, onde as autoridades e as comunidades as detetavam.

Porque decidiu a China criar um novo programa de prevenção e controle do COVID19? A doença pode agora ser tratada como uma infeção de Classe B, em vez de uma infeção de Classe A. A vacinação generalizada e reforçada com novas doses e o surgimento de medicamentos de eficácia comprovada, alteraram a capacidade da população para se proteger autonomamente e superar a doença, e a sua perigosidade e morbilidade.

Acresce que o próprio Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), a agência de saúde pública da União Europeia para as doenças infeciosas afirma agora que “As variantes que circulam na China já estão a circular na UE e, como tal, não são um desafio para a resposta imune dos cidadãos da UE/EEE. Além disso, os cidadãos da UE/EEE têm níveis relativamente altos de imunização e vacinação.”.

Usemos a razão, para questionar as notícias falsas. E a memória histórica, para reconhecer o contributo da China para descodificar o genoma do novo vírus e partilhar com a OMS, e o mundo, as vacinas e todo o saber científico e técnico que a sua nação investigou e produziu.

Quais são os objetivos da sua política atual? Proteger a vida e a saúde dos povos, controlar a propagação do vírus, identificado como algumas das variantes da ÓMICRON, importadas pela China de outros países. Reduzir a pandemia, com os novos métodos, à perigosidade de uma infeção respiratória, conquistar a imunidade natural de grupo sem a dor e o luto de milhões de seres humanos.

Lisboa, 06.01.2023 

António dos Santos Queirós, professor e Investigador da Universidade de Lisboa

 

 

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