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E colocou sob a mesa
negocial três pilares, em que assenta a sua visão dos princípios invioláveis do
Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas:
Primeiro pilar _ Respeitar a soberania de todos os países, A soberania, independência e integridade
territorial de todos os países devem ser efetivamente preservadas_ confrontando
assim a política de guerra da Federação Russa, o que sempre fez nas
conversações com o presidente Putin, com o governo ucraniano e nas Nações
Unidas.
Segundo pilar _ A
Suspensão de Sanções Unilaterais, não autorizadas pelo Conselho de Segurança da
ONU, confrontando a política de guerra económica da NATO e da UE.
Assim sendo, e invocando o primeiro destes princípios, o
presidente Zelensky, respondeu que a posição da China "é positiva “afirmando que a declaração "respeita a nossa integridade territorial". Anunciou
também estar prevista uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, e que o
encontro "será importante para a segurança mundial". E do lado russo,
depois de sublinhada a desconformidade das sanções com a Carta das Nações Unidas, a porta-voz presidencial afirmou
que a Rússia “está disposta a procurar a solução dos objetivos da operação
militar especial pelas vias político-diplomáticas”
Sabemos pelo próprio
ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, que o homólogo chinês o informou
e consultou previamente acerca do teor
da proposta, como o fez com a Rússia, os países que lideram a UE, mas também
outras chancelarias, sobretudo do Sul, tradicionalmente marginalizadas destes
processos, com destaque para o Brasil. O seu presidente, Lula da Silva,
anunciara já o propósito de criar o Clube da Paz, constituído pelos países que
não se envolveram diretamente no conflito militar, e que viajará para a China com a missão de
integrar o país nessa instância mediadora. O presidente Zelensky, afirmou igualmente querer a participação de
América Latina, China, África e Índia no plano de paz na Ucrânia.
O presidente francês
considera que o plano de paz apresentado pela China é um avanço positivo no
caminho para a paz e irá reunir-se com o presidente XI, no princípio de abril.
A solução política
proposta pela China incorpora ainda uma
outra exigência mundial: A Redução de riscos estratégicos. Armas Nucleares Não Devem
Ser usadas e Guerras Nucleares Não Devem Ser Travadas. _ O terceiro pilar.
Um derradeiro ponto, é o
apelo para Abandonar a Mentalidade da Guerra Fria. O que significa que Todas as
partes devem opor-se à busca de sua própria segurança em detrimento da
segurança de outros, evitar confrontos em bloco e trabalhar juntos pela paz e
estabilidade no continente euro-asiático. A segurança de uma região não deve
ser alcançada pelo fortalecimento ou expansão de blocos militares. E a longo prazo do mundo, ajudar a forjar uma
arquitetura de segurança europeia equilibrada, eficaz e sustentável.
Neste ponto, deverá residir o motivo para que o Secretário-Geral
da NATO e a presidente da Comissão Europeia, sem ouvir primeiro a posição da
Ucrânia e da Rússia, se apressassem a denegrir as propostas, como se fossem eles a decidir
pelas duas nações. E, pela mesma razão, se multiplicaram as suspeições e
ameaças, insinuando a possibilidade de envio de armas chinesas para a Rússia!
Citando Jorge de Sena, a esperança de paz,
ascendeu-se agora como uma pequena luz bruxuleante, não na distância, mas aqui,
perto de nós, brilha!
Lisboa, 28.02.23
António dos Santos
Queirós
Professor. Investigador
da Universidade de Lisboa
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