Desafios e Missão dos Museus de Ciência de 3ª Geração

Em memória do Professor Doutor Fernando Bragança Gil
António dos Santos Queirós
Revista Mátria Digital nº 5

Resumo
Relevância científica de onde decorre o tema deste ensaio:
Os programas e conteúdos dos museus e centros de ciência estão ainda orientados para a divulgação das ciências tradicionais, emergentes do racionalismo mecanicista do século XVII e da especialização científica e técnica do século XIX.
 A Teoria da Relatividade e o Mundo Quântico permanecem praticamente ausentes dos seus módulos.
O nosso desafio é divulgar a ciência do século XX e XXI, aqui focalizada no desenvolvimento do conceito de museu de 3ª geração e na influência exercida pelo emergir das teorias da relatividade e da física quântica sobre a museologia e a museografia das ciências, integrando neste contexto as suas dimensões estética (e da estética da comunicação) e ética (bioética global).
Palavras-chave: Ciência, 3ª Geração, Relatividade, Quântica, Ética
Abstract
Scientific relevance of the critical essay:
The programs and content of museums and science centers are still oriented towards the dissemination of traditional sciences.
The theory of relativity and the quantum world remain virtually absent of their modules.
Our challenge is how communicate the science of 20th and 21st century, considering their aesthetic and ethical dimensions (global bioethics), in the optical of the concept of Museum of 3rd generation.
Keywords: Science, 3rd generation, relativity, quantum, ethics
Metodologia da reflexão crítica sobre o tema e contributo para a teoria e prática da museologia
                Neste ensaio crítico iremos procurar estabelecer a identidade, percurso geracional e missão dos Museus e Centros de Ciência, enfatizando o seu papel como estruturas orgânicas do “ensino não formal” e como estruturas orgânicas do “turismo cultural” e do “turismo de natureza”.
                Tal desiderato exige uma prévia discussão conceptual, que conduza a uma clara definição dos conceitos em presença (Museus de Ciência, Turismo Cultural, Ensino não formal…).Seguida por uma análise crítica orientada para reconhecer as divergências ideológicas que conduzem ao estabelecimento de missões diferentes para este tipo de museus, nomeadamente em torno das finalidades de literacia e diversão. Um debate atravessado pela avaliação das aporias inerentes à programação, comunicação e formação de quadros, no âmbito da museologia das ciências, cujo episteme é aqui representado pelas grandes cosmovisões da Relatividade e dos Quanta.
                Aqui nos interrogaremos sobre a hermenêutica da ciência contemporânea na sua relação com as ciências do património, a estética e a arte, o património museológico e as suas éticas, que conduziram ao nascimento e evolução da museologia das ciências e da sua museografia. Para chegarmos a um novo episteme?
Metodologia e objeto do trabalho, resultados finais
                Para uma melhor compreensão da natureza e finalidade deste ensaio crítico, de curta dimensão, o autor optou por apresentar no início uma reflexão sobre a matéria de fundo, isto é, acerca da elaboração concetual em ciência.
                O autor conhece pelo menos dois tipos de textos científicos, suscetíveis de se enquadrarem neste episteme: Os artigos e os ensaios críticos.
                Ao optar pelo ensaio crítico (curto), estabeleceu a metodologia adequada à natureza da sua escolha: a reconceptualização do objeto da pesquisa precede o balanço do estado da arte; o desenho circular dos objetivos, mais próprio do artigo, abre-se aqui numa espiral das dúvidas e do enunciado de novos problemas; e a descrição detalhada que conduz nos artigos a resultados finais, pode ser transformada numa nuvem de aporias cujo resultado esperado é estabelecer claramente as dificuldades a vencer e os caminhos por onde deve avançar a investigação.
                Se analisarmos o resumo inicial nesta perspetiva, esquematicamente, obteremos o seguinte quadro:
                _ Problema/Objeto do ensaio crítico: Os programas e conteúdos dos museus e centros de ciência estão ainda orientados para a divulgação das ciências tradicionais.[1] A Teoria da Relatividade e o Mundo Quântico permanecem praticamente ausentes dos seus módulos.
                _ Passos metodológicos (intrínsecos do ensaio) e desenvolvimento da reflexão crítica:
                Prévia discussão conceptual, que conduza a uma clara definição dos conceitos em presença (Museus de Ciência, Turismo Cultural, Ensino não formal…).[2]
                Estabelecer a identidade, percurso geracional e missão dos Museus e Centros de Ciência[3], enfatizando o seu papel como estruturas orgânicas do “ensino não formal” e como estruturas orgânicas do “Turismo ambiental” (turismo cultural e turismo de natureza).
                Acompanhada por uma análise diagnóstica que identifique o núcleo central das divergências e a sua fundamentação ideológica, no que concerne à missão dos museus e centros de ciência, aqui identificadas com a oposição literacia e/ou diversão. Aquela (análise diagnóstica) conduzirá ao enunciado de "problemas críticos" não resolvidos ou mesmo ignorados pela literatura em causa.[4]
                _  Conclusões/resultados, desenhados por três parâmeros convergentes:
                Primeiro: Em que medida as grandes cosmovisões da Relatividade e dos Quanta (o novo episteme científico) gerou novas aporias inerentes à programação, comunicação e formação de quadros, no âmbito da museologia das ciências?
                Segundo: Aceitando axiomaticamente que as ciências do património, a estética e a arte, a ampliação do conceito de património museológico e as suas éticas, contribuíram para o desenvolvimento geracional da museologia das ciências, aqui nos interrogaremos sobre o modo como a hermenêutica da ciência contemporânea influenciou essa evolução!?
                Terceiro: E, finalmente, o caminho de pesquisa e investigação que visualizamos é o de responder ao desafio de como comunicar a ciência do século XX e XXI, integrando na ciência as suas dimensões estética e ética (bioética global) e materializando essa estratégica investigadora no desenvolvimento do conceito de museu de 3ª geração, o objeto museológico onde se sistematiza o emergir de um novo (?) episteme.
Algumas observações complementares
                Toda a teoria científica tem como suporte um conjunto de axiomas. A metodologia do trabalho científico consiste no desenvolvimento desses axiomas para deles retirar consequências “físicas”, isto é, no caso da museologia, para analisar a sua fenomenologia. Tal significa, no estudo da evolução da museologia e da prática museográfica, explicar e prever os seus resultados, através da prática da observação/avaliação dos seus fenómenos ou da experimentação dos seus processos.
                Para que a concetualização formal da museologia se conforme com a construção de uma hermenêutica científica, ela deve ser capaz de estabelecer uma relação dialógica entre a observação e os conceitos (matemáticos em sentido amplo) e esforçar-se por identificar os fenómenos que correspondem aos conceitos abstratos elaborados pela investigação na área da museologia.
                É óbvio que neste texto a dimensão da pesquisa se deve confinar quer à sua natureza quer aos seus limites de ensaio curto. Pelo que o autor optou por circunscrever o número de axiomas e dirigir o desenvolvimento teórico do artigo em duas direções, para a comunidade académica, mas também para os decisores políticos e económicos, procurando demonstrar a estes que estamos em presença de questões teóricas de vital importância para o bom andamento da sua governação e dos seus negócios. São apenas dois os axiomas selecionados:
         _ Existem atualmente na museologia, particularmente na museologia das ciências, “fenómenos singulares” não explicáveis pelos conceitos tradicionais da museologia e do seu mercado!?
                _ E assim sendo, estes fenómenos novos afetam (em que medida?) a teoria museológica e conduzem-nos a conceptualizar novos tipos de museus e de museografia!?
                Em nome da economia do espaço-tempo de um ensaio curto e na convicção de que aqueles leitores estarão familiarizados com a literatura sobre museologia e museografia, passamos de imediato à análise e discussão do tema. Evidenciando que o discurso do ensaio crítico deve assumir um compromisso ético: Exatidão, rigor e objetividade. Imparcialidade. Elegância, escrúpulos e delicadeza. Clareza, pertinência e acuidade.
Evocando Fernando Bragança Gil
                Dirigindo-se ao Presidente da República e ao Ministro da Ciência e do Ensino Superior de Portugal, o Presidente da Rede Europeia ECSITE_ The European Network of Science Centres and Museums, Vincenzo Lipardi, acompanhado pela sua direção e pelos responsáveis pelos principais museus e centros de ciência europeus,[5]  evocava a atividade do emérito professor e divulgador científico, enquanto fundador do próprio ECSITE e do Museu da Ciência da Universidade de Lisboa, a sua participação, em representação de Portugal, na Conferência das Nações Unidas que discutiu a utilização pacífica da energia nuclear e os seus inúmeros artigos, projetos e ações de formação para promover a literacia científica, apelando àqueles altos representantes da nação portuguesa para o preito de homenagem que os estados e governos, orientados pelos princípios da ética da cidadania, devem, aos seus homens de ciência.
               Nesta comunicação procuramos dar a conhecer algumas das ideais mais notáveis do insigne professor, cujo debate e desenvolvimento pudemos partilhar em vida e consideramos essenciais para avançar na elaboração teórica da museologia das ciências e na sua prática museográfica.
A Cultura Científica
“Na realidade, o que permitiu o desenvolvimento da chamada civilização ocidental foi a integração da ciência na cultura, conduzindo a um modo de pensar e agir de forma racional, o que constitui a sua principal característica. ” (Bragança Gil, 1998)
                Fiel ao seu livre pensamento, Fernando Bragança Gil considerava
 “…que as Universidades ao evoluir, ao longo do séc. XX, para um modelo funcional de formação de quadros, integrando progressivamente nas suas estruturas os Institutos Politécnicos desenvolveram este processo em detrimento de uma outra função primordial, a Investigação Científica Fundamental.
Com o emergir da sociedade do conhecimento e da informação, da revolução técnica e científica permanente e global, da concentração financeira e empresarial, torna-se ainda mais imperativo restituir à função social da universidade pública o seu papel de centro de excelência da Investigação Científica Fundamental.” (Bragança Gil, 1998).
 E concretizando a sua filosofia e a sua ética do trabalho científico, afirmava o professor:
“ A base da Investigação Científica Fundamental é a constituição de Grupos de Investigação, com docentes doutorados ou que escolham a via do doutoramento em função dos objetivos científicos a prosseguir e não de mero cumprimento dos requisitos académicos e administrativos para a progressão na carreira. Estes investigadores podem ser originários de todas as universidades e congregarem-se em torno de uma missão e propósito de investigação científica.” (Bragança Gil, 1998)
Os resultados dessa investigação devem ser restituídos à Universidade e à sociedade através do exercício, em paralelo, da função docente. Concluindo:
“Ao criarem uma elite científica, enquadrada pela Universidade pública, longe de se afastarem dos interesses nacionais, estão de facto a colocar ao serviço do país, da sua economia e da sua população, os resultados de uma investigação avançada que tende hoje a ser apropriada pelos grandes conglomerados empresariais, através do registo de patentes, produtos e marcas.“ (Bragança Gil, 1998)
                Dois testemunhos ilustram a necessidade de reorientar o trabalho científico para os caminhos da interdisciplinaridade e reintegrar a ciência na área da cultura, em toda a sua complexa inter-relação, projetando-a na comunicação social.
                Por ser assim, fiel ao seu ideal e coerente no pensamento e na ação, dele escreveu o arqueólogo João Luís Cardoso:
“ Evoco, o companheiro entusiasta e o investigador desinteressado, que pôs ao serviço de muitos arqueólogos, que então davam os primeiros passos científicos, os seus conhecimentos de Física Nuclear…”( Cardoso, 2009).
Empenhou-se igualmente em mobilizar a comunicação social para promover a literacia científica. Sobre esta atividade escreveu o jornalista Gonçalo Pereira:
“. Ensinou-nos que a ciência não pode ser entendida fora do contexto da sua época, da sociedade que a produz, que a incentiva ou reprime…levou-me a investigar temas da história da ciência e a noticiá-los regularmente. “ (Pereira, 2009)
O Cefop.Conimbriga. “A Física de Giz” e  “O efeito sputnik”
                Como formador, e consciente da importância dos professores do ensino básico e secundário no desenvolvimento da relação Escola-Museu e da chegada em massa dos estudantes aos novos museus após a revolução democrática que permitiu a sua criação e crescimento exponencial, dedicou-lhes especial atenção e apoio, integrando desde 1992 o corpo de formadores do Centro de Formação de Professores de Conimbriga_ Cefop.Conimbriga (I&D) e o seu Conselho Científico-Pedagógico, que se organiza e atua à escala nacional,  ibérica e internacional.
                O problema do conhecimento prévio, pelos professores das diferentes disciplinas científicas, das potencialidades educativas dos museus e, reciprocamente, a informação essencial dos museólogos no que concerne aos conteúdos científicos lecionados nas escolas, começou a ser resolvido pela conceção de mais de uma centena ações de formação contínua de professores creditadas para efeito de progressão na carreira pelo Conselho Científico Pedagógico de Formação Contínua_ CCPFC,  entidade acreditadora e certificadora do Ministério da Educação, realizadas ao longo dos últimos 28 anos.[6]
                Vindos de todas as zonas do país, com o CEFOP. Conimbriga (I&D) e depois com a Associação dos Museus e Centros de Ciência de Portugal_ MC²P o seu próprio Centro de Formação, da qual foi fundador em 2004 e presidente do seu Conselho Consultivo, milhares de professores puderam realizar nos Museus sessões preparatórias das visitas de estudo, preparar projetos pedagógicas em seminários, oficinais e congressos, que percorreram o país e se estenderam a Espanha, a Europa e a África.
                A existência desta estrutura, um Centro de Formação de Professores acreditado, constitui um instrumento que os serviços educativos dos museus não devem dispensar e cria novas áreas de carreira profissional no seu organograma.
                O CEFOP.Conimbriga (I&D) procurou aplicar no nosso país o que preconizava o Relatório Mundial da Unesco sobre Educação no dealbar da década de 90:
 “Dois aspetos da revolução científica e tecnológica em curso influenciavam fortemente o ensino da ciência e da técnica no decurso dos dois últimos decénios: Primeiro o facto que um bom número de avanços científicos e técnicos foi feito agora no interface de várias disciplinas tradicionais e, em segundo lugar, a existência de uma relação recíproca ou simbiótica entre ciência e tecnologia, o progresso científico dando origem a novas tecnologias… graças às quais a ciência pode de novo progredir.
Estas particularidades da evolução recente da ciência e da técnica favoreceram a tendência, observada um pouco por todo o lado no mundo, no decurso dos dois últimos decénios, de ensinar a ciência e a tecnologia de forma integrada….” (UNESCO, 1991)
                Recordamos de novo os ensinamentos do Professor Bragança Gil nesta matéria, com as metáforas da “ Física de Giz” e do “Efeito sputnik”. Com a primeira ilustrava a importância do ensino experimental das Ciências e o papel dos Museus e Centros de Ciência, sobretudo no despertar da curiosidade científica e na iniciação aos métodos de observação e descoberta, enfatizando o seu papel de estruturas orgânicas do ensino não-formal, complemento articulado e indispensável do ensino formal. No “Efeito Sputnik” recordava Bragança Gil a epopeia moderna da chegada do Homem ao espaço e o choque que então abalou os EUA, a potência dominante, face aos progressos da União Soviética, conduzindo à mobilização geral da sociedade americana e, particularmente do seu sistema de ensino, em direção à promoção da cultura e da educação científicas.
A Fundação da MC²P e a relevância do associativismo
                Ao impulsionar a fundação da MC²P Fernando Bragança Gil concretizava no nosso país e de novo de forma pioneira face à Europa, a sua visão estratégica em prol da convergência dos museus e centros de ciência, no plano da promoção da cultura científica e da representação internacional, mas também na racionalização de recursos e na afirmação institucional deste sector museológico, num país onde a cultura científica ainda não é atributo indispensável das elites, nem o motor do seu crescimento.
O Ensino Não-Formal
                Os museus e centros de ciência (com outros tipos de museus e os monumentos) constituem a principal estrutura orgânica do ensino não-formal. Esta educação é complementar ao sistema de ensino e deve ser desenvolvida em articulação permanente com a educação formal e informal.
                Este tipo de ação educativa, embora implicando esforço como a educação formal, favorece particularmente o despertar da curiosidade científica e faculta o prazer e a alegria da descoberta.
                Os objetivos e as metodologias próprias das práticas educativas da educação não-formal _ observação, participação e interatividade, para promover a literacia científica, potenciam a sua autonomia e criatividade.
                Ao desenvolver esta reserva de potencialidades, competências e experiência em cada indivíduo, a aprendizagem por via da educação não-formal vai também ao encontro das necessidades da sociedade atual e do mercado de trabalho: sociedade da informação, do conhecimento científico e da cultura cibernética, da cidadania e do aprofundamento da democracia e da mobilidade transnacional.
                Frederico Schiller, nas suas “Sobre a Educação Estética do Ser Humano  Numa Série de Cartas”, defendia que “O estudante deve aprender a seguir um objetivo, e, por amor a esse objetivo, a tolerar um meio penoso. Deve aspirar cedo ao prazer mais nobre que é o preço do esforço”. (Schiller,1795)
                Victor Weisskopf, aluno de Niels Bohr, comparava a arte da divulgação científica à “…interpretação arrebatadora de uma sonata de Beethovan…” e elevava-a ao mais alto reconhecimento social. (Weisskopf, 1987)
Edutainment
                Na última década ganhou adeptos uma corrente educativa que defende que os aspetos essenciais do conhecimento científico podem e devem ser apreendidos sem esforço pelas crianças e jovens, como um entretenimento, visão traduzida no neologismo (em inglês) Edutainment, palavra constituída a partir da fusão de Education e Entrainment.
                O sucesso dos centros de ciência e outros centros de interpretação na atração do público, através do recurso a módulos participativos em que se procura a observação e manipulação por iniciativa do visitante, tem alimentado esta corrente. Sendo frequente a reivindicação da natureza participativa e interativa destes módulos, dois conceitos que aparecem muitas vezes como equivalentes mas são distintos, questão que abordaremos mais adiante. Em consequência, a avaliação dos visitantes incide sobretudo sobre a categoria subjetiva e afetiva da  “satisfação “, gostar ou não gostar, ou melhor, consumir mais e de novo.
                E ficamos a um passo da teorização do carater obsoleto da museologia do objeto, em que ele é elemento essencial e constitui as coleções exibidas no museu, opondo-lhe, em nome da modernidade, a museologia virtual ou das ideias, a qual dispensa o valor intrínseco dos objetos com valor museológico, substituindo-os por suportes tecnológicos da mensagem científica.
                Também aqui, recorremos ao legado do professor e pedagogo, conhecedor infatigável e atualizado das realidades e experiências internacionais em matéria de literacia científica, para equacionar o problema:
“Sem negar a relativa importância dos aspetos lúdicos na educação científica, creio que uma aprendizagem sólida, que perdure, exige sempre, da parte de quem aprende, que se faça algum esforço de compreensão e retenção. Assim, em minha opinião, não se trata de afirmar que tudo pode ser apreendido sem esforço, mas de convencer as crianças e os jovens que vale a pena dar esse esforço pelas recompensas intelectuais e emocionais que isso lhes traz. É qualquer coisa de semelhante ao que se passa com a prática desportiva: não se obtêm bons resultados sem despender esforço; apenas pelo interesse que se tem por ela se está disposto a fazê-lo. Penso que o papel essencial dos centros de ciência perante a juventude não é dar-lhe a ilusão que ali se aprende ciência sem esforço, mas comunicar-lhe o interesse para que vença os bloqueios que sente na aprendizagem de certas matérias científicas e se disponha a estudá-las alegremente e sem o sentimento de hostilidade que, a esse respeito, até aí a dominava.” (F. Bragança Gil, 1998)
           Esta controvérsia assume uma importância decisiva para o presente e o futuro da museologia das ciências e da museologia em geral.
                No âmbito do Conselho Internacional dos Museus (ICOM), foram criadas duas comissões especializadas, dedicadas aos museus científicos,  uma designada por NatHist para os museus de história natural e outra com o nome de CIMUSET, para os museus das denominadas ciências exatas e a técnica, com o contributo direto de Fernando Bragança Gil.
                Recentemente novos organismos internacionais emergiram, integrando os museus e centros de ciência, sobretudo estes. Deles destacamos o ECSITE – sigla formada a partir das iniciais das palavras European Collaborative for Science, Industry & Technology Exhibitions. E, uma vez mais, encontramos o emérito professor como seu fundador e dirigente.
         Apesar dos mestrados e cursos de pós-graduação de museologia concederem pouca atenção à museologia das ciências e das técnicas e à sua museografia específica, a academia permanece mais ligada às ciências dos outros patrimónios, uma parte dos grandes grupos empresariais e da administração pública e as exigências do mercado do turismo cultural em ascensão,  têm promovido a  salvaguarda, conservação, estudo e musealização do património científico e tecnológico, reconhecendo a sua importância como elemento educativo, complementar da escola, no que à formação científica respeita.
                Julgamos que é esta mais-valia que hoje importa evidenciar, já que cresce a tendência para reduzir a função educativa dos museus da ciências e da técnica, quer em favor da sua pragmática utilização como sala de visita ou palco de animações incaracterísticas, quer através da criação de tipologias híbridas e experimentalistas, que conduzem em regra a sacrificar o património científico e tecnológico, e a sua arquitetura original, em favor da instalação de módulos virtuais e espaços polivalentes.
                As tentativas de criar novos híbridos, substituindo as tipologias museológicas consolidadas em 300 anos de evolução dos museus_ desde as primeiras coleções nobiliárias de objetos e raridades da natureza, que a revolução liberal socializou, até ao emergir no século XX dos museus de ciência de primeira e segunda geração, em paralelo com os museus de arte e arqueologia, etnografia, etc., correspondendo à configuração e ampliação de novos domínios científicos e do conceito do património (s), pode conduzir à subalternização de um dos elementos da simbiose, tal é o caso, a título de exemplo, do conceito de museu de ciência associado ao conceito de museu de arte, problema que não se deve confundir com a interação e agregação das distintas museografias.
Os museus, estruturas orgânicas do turismo cultural
                A oposição entre turismo de massas, para designar as grandes movimentações turísticas contemporâneas e o turismo cultural e de natureza, que conceptualizamos como turismo ambiental, já não faz grande sentido, atendendo às mudanças de paradigma do mercado turístico internacional. A democratização e socialização da educação e da cultura e a evolução dos principais mercados do mundo resolveram a antiga oposição: O Turismo Cultural tornou-se um turismo de massas, tal como o Turismo de Natureza, na América como na Europa e na Ásia.
                Na raiz desta mudança, está sobretudo a transformação das “motivações” para a viagem turística e no “gosto” da classe média, que analisámos em anteriores seminários sobretudo a partir do estudo de caso do Mercado Ibérico, com incidência em Espanha, pela qualidade da sua informação estatística e dimensão internacional. [7],
                O que constitui recurso turístico é a paisagem cultural ( ou selvagem, onde a influência antrópica é menos evidente), paisagem humanizada, urbana ou rural. A sua leitura e interpretação é a base da criação do produto turístico e da sua primeira metamorfose de valor. É a “ecologia da paisagem” e ainda a sua “metafísica”, que constituem a essência do recurso turístico, mas só a sua interpretação e leitura lhe confere um novo acréscimo de valor cultural e económico.
                A paisagem não é um livro aberto, inteligível empiricamente. A sua transformação em produto turístico passa pela sua legibilidade, que lhe confere valor de uso;  é uma metamorfose que, no plano da economia gera valor, e é também um processo  de literacia cultural, mediado pela construção da linguagem de comunicação turísticas.
                Os novos produtos turísticos, do turismo cultural e do turismo de natureza, como mercadorias que são, possuindo embora um valor acrescentado e de troca comparável às mercadorias comuns, comportam-se face à concorrência de um modo peculiar, que importa pôr em evidência. Cada novo turista ganho para o gosto por um determinado produto do turismo cultural ou de natureza, tenderá a procurar e consumir todos os produtos afins, isto é, visitar todos os outros museus, monumentos, parques naturais, etc.. Esta concorrência, pela diferenciação, gera complementaridade e redes de cooperação, em vez de exclusão do concorrente.
                Com a revolução técnico-científica o centro da promoção turística transferiu-se para a cultura cibernética e, paradoxalmente, para o “passa palavra”, só que agora, em rede universal.
                Atualmente a=f(p), isto é, o alojamento (a) tornou-se uma variável económica dependente do património (p). E usamos aqui o alojamento, pois constitui a primeir dessas cadeias e como símbolo do seu conjunto (Alojamento, restauração, Lojas e merchandising, Transportes, Animação, Guionamento e Agenciamento).
                A generalidade das unidades hoteleiras, deixou de ser o polo de atração, tendendo a tornar-se dependente da existência na sua área funcional de mercado de valores patrimoniais conservados e acessíveis ao público.
Rotas e Circuitos, Externalidades da economia do património
                São as Rotas e Circuitos do Turismo Cultural e de Natureza (Turismo Ambiental), integradas nos seus Destinos Turísticos, que geram as principais mais-valias, mas não são as estruturas que organizam essas Rotas e Circuitos, os museus, monumentos e parques, a recolher os maiores valores; a renda do turismo é recolhida externamente nas já referidas Cadeias de Valor.
               A incompreensão deste paradoxo económico é a causa do conflito histórico entre turismo e desenvolvimento, mas também a chave da sua superação, particularmente na nossa época, em que emerge um novo paradigma do turismo, que denominamos, turismo ambiental, isto é, turismo cultural, de natureza, e em espaço rural, com novos produtos ligados ao mar e ao rio, uma gastronomia identitária e renovadas exigências ambientais de sustentabilidade, para todos os restantes produtos turísticos.
                A função dos museus e monumentos como estruturas orgânicas do turismo ambiental, sobretudo da sua componente de turismo cultural, cria a necessidade de novas áreas de carreira profissional no seu organograma, orientadas para a gestão e o guionamento turísticos e, simultaneamente, a necessidade de formar os profissionais do setor turístico para aproveitar plenamente o seu potencial e qualificar os seus produtos e serviços, exigindo também nesse setor novos perfis profissionais.
Mudança de paradigma científico e a 3ª geração dos seus Museus.
”O objetivo final da Ciência é, portanto, a formação de um quadro ordenado e explicativo dos fenómenos naturais, fenómenos do mundo físico e do mundo humano, individual e social. “ (Caraça,1948)
O imperativo ético
      Podemos estabelecer quatro marcos cruciais na evolução dos Museus ( e Centros de Ciência), independentemente das diferenças e modelos que as informam.
        Conservatoire National des Arts et Métiers fundado na Revolução Francesa, em 1794 pelo Abade Grégoire;
            Deutsches Museum, criação de Oskar von Miller, datado de 1903;
           Palais de la Découverte, imaginado por Jean Perrin e aberto ao público durante a Exposição Universal de Paris de 1937;
           Exploratorium de S. Francisco, obra de Frank Oppenheimer, datando de 1969.
             Recorramos de novo à reflexão de Fernando Bragança Gil:
“De forma sintética, podemos dizer que as duas gerações de instituições  museológicas dedicadas à ciência e técnica põem em confronto a museologia do objeto – em que ele é essencial, justificando, por si só, a exibição – e a museologia das ideias que, embora não dispensando os objetos, estes são meros instrumentos ao serviço de uma mensagem científica que se pretende transmitir ao visitante.” (F. Bragança Gil, 1998)
                A primeira geração de museus e não apenas de museus de ciência, privilegiou o princípio orgânico da contemplação dos objetos e exposições; a segunda geração de museus enfatizou o princípio da participação, através da manipulação dos módulos e experiências.
“De um modo muito esquemático, podemos dizer que os primeiros estão particularmente interessados na conservação e estudo das coleções de instrumentos à sua guarda, desvalorizando os restantes contextos museológicos a elas ligados; em sentido oposto os segundos só se interessam pela criação de exibições participativas, especialmente concebidas com o objetivo - pelo menos em princípio - de promover a sensibilização dos jovens para a ciência e a tecnologia. 
Em diversas ocasiões, tenho defendido a síntese desse dois tipos de instituições dedicadas à promoção da literacia científica através de uma 3ª geração de museus, para a conceção da qual as duas anteriores deverão contribuir de uma forma integrada.” (F. Bragança Gil, 1998)
          Muitos museus de 1ª geração procuraram aproximar-se dos métodos e objetivos dos centros de ciência, através de alterações introduzidas nas exibições já existentes, ou pela introdução de novas galerias, sem perder de vista as razões museológicas que levaram à sua criação.
                Mas a questão central deste debate é provavelmente aquela que o professor Bragança Gil nos legou: o projeto de museus de 3ª geração, cuja relevância afeta todo o universo museológico.
                Considero que o seu princípio orgânico deve ser o da interatividade.[8] Tal significa que o visitante deve poder alterar as variáveis que constituem a base da experiência ou do módulo que lhe é apresentado, não apenas a jusante, na procura das soluções possíveis, mas a montante, alterando os dados da própria equação.
           Contudo, a produtividade deste princípio só terá significado se dispuser de informação interdisciplinar ou multidisciplinar pertinente. A pertinência é um atributo necessário, num mundo em que a informação se tornou incomensurável.
                E, ainda, se tivermos em conta os processos e recursos de comunicação adequados.
                Enfim e para nos aproximarmos de um projeto de investigação que ainda só deu os primeiros passos, a teoria da relatividade e a teoria quântica são os domínios científicos que abriram as fronteiras da nossa modernidade e a sua divulgação deverá ser incluída na missão dos museus e centros de ciência, mas não apenas neles, pois todas as cosmovisões culturais, incluindo as artes, sofreram influência direta ou indireta desta rotura com a cosmovisão naturalista, que baliza na arte o fim da mimesis.
         A Arte como mimesis, de raiz aristotélica ou a arte como representação do Belo (clássico e renascentista)_ resplendor do Divino (medieval) ou de Pã, reminiscência platónica ou hegeliana, cedeu o seu lugar a um universo de expressões artísticas que se expandiram em todos os sentidos, para depois de contraírem, misturarem, explodirem, recriando o caos cosmológico.
                A Estética (e a estética da comunicação em particular) mudou os seus princípios agarrando-se às ideias de autonomia, ao pluralismo das leituras, exigindo a dupla desocultação do objeto e sujeito, aceitando o papel ativo do observador, do mesmo modo que este papel se constituiu como um dos princípios fundamentais da física quântica e relativista.
                O paradigma da especialização científica e tecnológica, que fundamentava o mito do crescimento irrestrito, sofreu sucessivos abalos e abriu brechas, por onde irromperam novas abordagens das relações entre a natureza (mais tarde o ambiente) e o progresso, e de onde emergiu o conceito da sustentabilidade, com um valor científico interdisciplinar mas também uma dimensão de ética social.
                Esta conceção científica ao conduzir a uma Filosofia nascida da observação e da leitura da paisagem e da síntese da Terra e do Homem que a habita e transforma (que designamos como «paisagem cultural»), mas ao mesmo tempo a ameaça degradar ou destruir, fundamenta a necessidade de uma ética ambiental.
                A reflexão sobre a ética e a ciência deve incorporar a renovação da museologia das ciências e a sua museografia.
Bibliografia
Bragança Gil, Fernando. A propósito da criação da MC²P. In Atas do “1º Encontro Nacional da Cultura Científica.” Organização, MC²P. Coimbra: MC²P, 2004. Edição digital, 2008.
Acedido em 07-10-2017
Bragança Gil, Fernando. Museums of Science or Science Centers: Two Opposite Realities? In Atas do seminário “Museums of Science and Technology”. Arrábida: Museu de Ciência da Universidade de Lisboa e Fundação Oriente, 1988. Edição digital, 2008.
Acedido em 07-10-2017
Caraça, Bento de Jesus. Conceitos Fundamentais da Matemática. Lisboa, Gradiva, (ed.) 2003.
Cardoso, José Luís. Im memorian de Bragança Gil, 2009.
Einstein, Albert. O Significado da Relatividade. Coimbra. Arménio Amado, Editora, 1984.
Heidegger, Martin. Der Ursprung des Kunstwerkes, in Holzwege, “Gesamtausgabe”, Band 5, Frankfurt am Main: Vittorio Klostermann, (ed.) 1977.
Kotler, N. and Kotler P., Museum Strategy and Marketing. San Francisco: Josey-Bass, 1998.
Lakatos, M. Criticism and the Growth of Knowledge, Cambridge University Press, Cambridge. (ed.) 1970.
Kuhn, T. S., The Structure of Scientific Revolutions. Chicago:  University of Chicago Press, 1962,
Pereira, G. Im memorian de Bragança Gil., 2009.
Queirós, António. Turismo de paisagem. In Filosofia e Arquitetura da Paisagem. Um Manual. Coordenação de Adriana Veríssimo Serrão. Lisboa: Edição CFUL, 2013.
Queirós, António. Departamento de Filosofia da FLUL. Campos de Deméter: Da impossibilidade de separar a ciência, a ética e a estética na hermenêutica da paisagem. In Revista Philosophica nº 40.  Lisboa: CFUL,  2012.
Queirós, António. Series de Investigación Iberoamericana en Museología. III Seminario Iberoamericano de Investigación en Museología. Vol II. El papel de los museos como las estructuras orgánicas de la Educación No-Formal. III SIAM. Madrid: Universidad Autónoma, 2011. Págs. 55 a 64.
Queirós, António., 2007-2009. Programa de Investigação sobre Turismo Cultural e de Natureza e desenvolvimento sustentável. Relatório Final. Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial (DEGEI).
Queirós, António., 2003. A Representação da Natureza e do Ambiente na Cultura Artística e Científica da Geração de 70. Tese de doutoramento em Filosofia das Ciências. Centro de Filosofia da FLUL, Lisboa.
Schiller, Frederich. Textos Sobre o Belo, O Sublime e o Trágico. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, (ed.) 1997.
Schiller, Frederich. Sobre a Educação estética do Ser Humano numa série de cartas e outros textos. Lisboa: Imprensa -  Nacional Casa da Moeda, (ed.), 1997. Citado em:
Acedido em 07-10-2017
Spinoza, Bento de. Éthique. Texte original et traduction nouvelle par Bernard Pautrat. Paris: Éditions du Seuil. (ed.) 1988.
UNESCO. World education report 1991. Paris: UNESCO, 1991. Pág. 61
Weisskopf, Victor. A Revolução dos Quanta. Mem Martins: Terramar . (ed.) 1990. Citado em:
Acedido em 07-10-2017
Fontes na Net
Acedido em 07-10-2017
Fernando Bragança Gil: Vida, Obra e Pensamento
Fernando Bragança Gil was Emeritus Professor of Physics from the University of Lisbon, founder and first Director of the Museum of Science of the University of Lisbon.   
 F.B.G. also founded the International Committee for Museums and Collections of Science and Technology (CIMUSET) and the ECSITE _ The European Network of Science Centres and Museums. And was elect to its Board.
He commended the Portuguese mission to the II International Conference of United Nations on the pacific nuclear use and published hundreds of scientific articles and works.    
F.B.G. supervising post-graduate and master’s studies in three Portuguese universities.
In the field of museology, he was the author of 36 essays and 22 seminars. He also participated in 37 museology meetings and conferences.
F.B.G. promotes the restoration and conservation of the Laboratorio Chimico, the crown jewel of the heritage of the University of Lisbon.
I. O Despertar para a Ciência
1930  Encontro com a geração de Cyrillo Soares, Manuel Valadares, Aurélio Marques da Silva e Marie Curie
1950  Ensino em museologia: a situação em Portugal
1950  Para quando um Museu de Ciência em Lisboa?
II. O Doutoramento: A Investigação e a Cultura Científica
(1950)   Contribution à l'étude de la famille du Pa 231 par des corrélations angulaires de quelques cascades  Tese de doutoramento apresentada à Univ. de Paris/Física Nuclear
(1963) Foi iniciada na Universidade de Lisboa uma nova linha de investigação em espectroscopia nuclear experimental (introduzida por Fernando Bragança Gil, então colaborador voluntário do centro, após o seu regresso do Institut de Physique Nucléaire da Universidade de Paris
(1979)- Análise por fluorescência de raios X de peças de cobre do Castro de Leceia / F. Bragança Gil, Gaspar Ferreira e João Cardoso
(1977)- Análise elementar de sedimentos marinhos por excitação de radiação X com protões / F. Bragança Gil, Gaspar P. Ferreira e J. S. Lopes
(1985)- Determinação da composição do astrolábio náutico da Ericeira por fluorescência de raios X
(1990) - Pesos e medidas em Portugal
III. A Educação Científica:  Contra a “Física de Giz”
(1959) - II Conferência Internacional das Nações Unidas sobre a utilização pacífica da energia atómica (Genebra, 1-13 de Setembro de 1958): relatório / por Fernando Bragança Gil.
(1963) - Novas perspetivas no ensino da física
(1975) - Society news: Portuguese Physical Society
(1976)- Universidade Aberta : porquê? Como?
(1976) - Para quando a proteção eficaz dos nossos bens culturais?
(1978)- Situação da investigação em Física em Portugal
(1981) - International Conference on High Energy Physics : opening address
(1987) - A física na Escola Politécnica e na Faculdade de Ciências / Fernando Bragança Gil, José Ramalho Croca e Ana Seruya Cardoso Pinto
(1987) - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Passado, presente, perspetivas futuras. Exposição comemorativa  do 150º aniversário da Escola Politécnica e do 75º aniversário da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
(1988) - Prémio professor Ciryllo Soares (1883-1950)
(1989) - Ernesto Veiga de Oliveira, precursor do ensino universitário da museologia em Portugal
(1995) - Doutoramento Honoris Causa do Dr. Rómulo de Carvalho / Fernando Bragança Gil. Universidade de Évora. Patrono
(1995) - Portugal. Ministério da Saúde. Comissão Nacional de luta contra a sida Trabalho desenvolvida no âmbito do Programa de Promoção e Educação para a Saúde aspectos clínicos e sociais / Comissão Nacional de luta contra a sida
(1995)- Coleções de ciências físicas e tecnológicas em museus universitários – homenagem a Fernando Bragança Gil. Universidade do Porto
Responsáveis:  Coord. Alice Semedo e Armando Coelho Ferreira da Silva 
(2001) - O liberalismo e a institucionalização do ensino superior científico em Lisboa.
IV. A Fundação do Museu de Ciência: O “efeito Sputnik”
(1967) Setembro. É enviado oficialmente, pelo Instituto de Alta Cultura, a Itália, Alemanha e França, acompanhado por Rómulo de Carvalho, para visitar museus de ciência tendo em vista a criação de um museu desse tipo em Lisboa
(1975) - Museus de Ciência, para quê?
 (1977) -  A APOM e a formação de museólogos
(1978) - Museus de ciências exatas no âmbito dos museus universitários
(1982) - Os Museus de região e o desenvolvimento científico / F. Bragança Gil, Carlos Almaça
Museum of Science - University of Lisbon
Established on 8th May, 1985 by the University of Lisbon.
Director: Prof. Doctor Fernando Bragança Gil
(1987) - Museu de Ciência da Universidade de Lisboa - Finalmente uma realidade?
(1993) - O objeto como gerador de informação
(1998) - Oração de Sapiência "Museus na Universidade: Porquê e para Quê"?
V. Museus e Centros de Ciência de 3ª Geração
(1998) - Museums of Sciences or Science centers: two opposite realities /Fernando Bragança Gil

[1] A fronteira entre as leis científicas “tradicionais” e a ciência contemporânea passa pelo enunciado da teoria da relatividade e da teoria quântica. Exemplifiquemos: A mecânica newtoniana não está errada mas incompleta, falta-lhe a interação entre as quatro forças fundamentais da matéria para interpretar o Cosmos; a nível atómico, não se pode determinar onde se situa uma partícula no espaço/tempo…as leis da física tradicional não são aqui aplicáveis.
[2] Não existe consenso académico nestas matérias
[3] Museus de 1ª, 2ª e 3ªgeração
[4]Obviamente, esta é uma das funções de um ensaio crítico, questionar o paradigma estabelecido com os novos problemas emergentes, que este não abrange nem resolve.
[5] Asger Hoeg, Director of the Experimentarium (Denmark),  Ramón Núñez Centella, Director do Museo Nacional de Ciencia y Tecnología (España), Erik Jacquemyn,  Director do Technopolis (Belgium) , Per-Edvin Persson, Director do Heureka (Finland) , Sharon Ament, do Natural History Museum, London (UK), entre outros
[6] Entidade do Ministério da Educação e Ciência a quem compete acreditar os Centros de Formação de Professores, as suas ações de formação contínua e formadores e creditar as ações de formação.
[7] Series de Investigación Iberoamericana en Museología. Año 1, Volumen 1"Os Museus e o Novo Paradigma do Turismo"
[8] Consultar “El papel de los museos como las estructuras orgánicas de la Educación No-Formal”. III SIAM. Madrid. Págs. 55 a 64.

Sem comentários:

Enviar um comentário